Base do basquete: Cida, bicampeã sul‑americana, morre aos 95 anos
Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 2025 – O basquete brasileiro perdeu um ícone histórico nesta manhã: Maria Aparecida Cardoso Guimarães, conhecida como Cida, faleceu aos 95 anos de idade. A ex‑jogadora, cujo nome permanece como símbolo de luta e conquista no esporte feminino, foi bicampeã sul‑americana ao lado da seleção brasileira em 1954 e 1959, momentos que marcaram a trajetória do país em competições internacionais.
Principais Desenvolvimentos
A confirmação do falecimento foi divulgada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) em nota oficial, à meia‑noite do sábado. A ex‑national team player, que atuava na posição de pivô, era parte fundamental da equipe que conquistou a primeira medalha sul‑americana de ouro em basquete feminino. Em 1954, a Seleção brasileira fez história ao vencer o torneio celebrado em São Paulo, levando a bandeira verde‑amarela para casa. Seis anos depois, em 1959, a mesma conquista foi replicada em Mar del Plata (Argentina), solidificando Cida como uma das grandes nomes do Brasil nessas primeiras décadas.
Além dos títulos sul‑americanos, Cida ostentou um palmarés significativo em Jogos Pan‑Americanos. Na edição de 1955 em Chicago, ela contribuiu para a conquista da prata, enquanto em 1955, na edição de 1959 em Chicago, recebeu o bronze. Esses resultados foram cruciais para a consolidação do basquete feminino no país, pois colocaram o Brasil entre os times medalhistas em uma época em que a modalidade ainda lutava por reconhecimento e apoio institucional.
A CBB enfatizou que “Cida ajudou a construir um caminho sólido para as novas gerações que viriam depois, rompendo preconceitos e conquistando espaço e títulos!”. A associação observou que a carreira da atleta inspirou muitos jovens, inclusive membros da família que seguiram caminho no esporte. “Cida iniciou a caminhada de uma família basqueteira”, destaca a nota, referindo‑se ao fato de que seu filho Cadum Guimarães, além de outros descendentes, continuaram a praticar e a promover o basquete em várias regiões do país.
Entre familiares e companheiros de equipe, a voz de Eduardo Guimarães, pai de Cadum, lembra: “Minha mãe era guerreira. No basquete, ela mostrava que a mulher pode ser dominante e habilidosa, e fora isso, ela sempre apoiou todos que quiseram jogar.” Esses testemunhos destacam a importância de Cida não apenas pelos resultados esportivos, mas também pelo legado de empoderamento feminino em meio a uma década de ditadura militar, época em que o esporte feminino enfrentava ainda mais desafios de financiamento e visibilidade.
Em relação à sua partida, a causa não foi divulgada. A família pediu anonimato, e a CBB respeitou o desejo de privacidade. A morte de Cida levanta a lembrança das histórias de atletas que, apesar de um grande desempenho, tiveram que navegar pela falta de recursos e pela desigualdade de gênero. A recordação de sua vida é um convite à reflexão sobre como as gerações atuais podem garantir condições mais justas aos futuros talentos do basquete brasileiro.
O que vem a seguir
Com a notícia da morte de Cida, a CBB já anunciou que criará uma premiação de “Cidadania e Excelência no Basquete” que homenageará atletas com perfil de liderança comunitária, inspirada no legado da ex-jogadora. A organização também planeja reavivar o “Torneio Memorial Maria Aparecida Cardoso Guimarães”, um evento anual que reunirá seleções de basquete juvenil de todo o país, visando incentivar a participação de meninas em equipes esportivas.
Para fãs de basquete, a morte de Cida representa não apenas a perda de um ícone, mas também um chamado à ação: preservar a memória de pioneiros que abriram caminho para a inclusão e o sucesso do esporte feminino. Nos próximos meses, será importante observar como clubes de basquete universitários e escolas estão integrando a história de Cida em seus programas de desenvolvimento para jovens atletas, criando oportunidades mais amplas e representativas.
Em nível internacional, a notícia reacenderá o debate sobre a importância da preservação do patrimônio esportivo brasileiro no contexto de migração profissional. Jogadores e treinadores que buscam oportunidades fora do país muitas vezes trazem consigo histórias que influenciam suas carreiras. Conhecer trajetórias como a de Cida pode inspirar estudantes internacionais que se integram a comunidades esportivas em novos países, promovendo um intercâmbio cultural que transcende o jogo em si.
Por fim, as autoridades esportivas do estado da Bahia, onde Cida nasceu, já anunciaram que o ginásio municipal será batizado em seu nome. A cerimônia, prevista para junho, contará com a presença de ex-companheiros, diplomatas e representantes da Federação Internacional de Basquete (FIBA), reforçando a importância de manter viva a memória das atletas brasileiras que contribuíram para o desenvolvimento do esporte.
Com esta perda, o basquete brasileiro reitera sua tradição de superar desafios e criar novos caminhos, celebrando as vidas que deixaram rastro de inspiração. Cida ficará eternamente lembrada como a força que impulsionou a seleção rumo ao título sul‑americano e como a voz que rompeu preconceitos com a bola de basquete na mão.
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